Em muitas culturas, ela é um brinquedo associado as meninas, no entanto, existem versões de bonecos direcionados aos meninos, guardando ambos, como elemento essencial para a sua caracterização, as formas que lembram a humana, ou humanizada.
As bonecas, e suas variantes masculinas, diferenciam-se de outros tipos de bonecos que representam outras formas de vida, como animais do mundo real, do mundo da fantasia, da literatura, do cinema ou do imaginário popular.
Os estudiosos dividem-se quanto a que sentido atribuir à presença destes objectos nos túmulos; para alguns serviriam para que a criança brincasse com eles no mundo do Além, enquanto que outros autores argumentam que estes objectos teriam um carácter mágico, tendo sido ali colocados para trabalharem para o defunto na outra vida (uma função semelhante à das estátuas uchebti dos adultos). Na localidade de Kahun foi encontrado aquilo que se julga ser um atelier de criação de bonecas.
A prática de colocar bonecas nos túmulos das crianças também existiu na Grécia e Romas antigas. Na Grécia Antiga, fazia parte dos rituais que antecediam o casamento a entrega por parte da noiva à deusa Ártemis das suas bonecas e de outros brinquedos, simbolizando o fim da infância. Prática semelhante existia em Roma.
A criação de bonecas com objectivos comerciais estruturou-se na Alemanha do século XV, nas localidades de Nuremberga, Augsburgo e Sonneberg, onde nasceram os Dochenmacher (fabricadores de bonecas). Foi também na Alemanha que se criaram as casas de bonecas.
Paris, na mesma época que na Alemanha, também se começou a afirmar como centro de fabricação de bonecas. Nesta época, elas reproduziam o aspecto das mulheres locais e os materiais empregues eram a terracota, a madeira e o alabastro.
No século XVII, apareceram na Holanda bonecas com olhos de vidro e bonecas com perucas feitas de cabelo humano.
A época de maior esplendor na fabricação de bonecas aconteceu do século XIX até o início do século XX. Naquele tempo, as bonecas eram feitas principalmente para os adultos, pois reproduziam fielmente as figuras da corte e da sociedade. As peças eram geralmente feitas de madeira, com rosto de porcelana, e vestidas com trajes de época. Como eram um produto voltado às classes mais abastadas, não tardaram a surgir roupinhas feitas por grandes costureiros e pessoas interessadas na fabricação artesanal.
Em finais do século XIX, Thomas Edison criou a ideia de uma boneca falante, que seria aproveitada por vários fabricantes para criar bonecas que recitavam orações ou cantavam.
Com o advento do cinema e desenvolvimento do desenho animado, bem como com a popularização da televisão, no século XX, pessoas e personagens passaram quase que obrigatoriamente a ter seus equivalentes em forma de boneca.
(Boneca francesa datada de cerca de 1870)
Os primeiros bonecos japoneses foram os Haniwa, estatuetas de barro encontradas em tumbas pré-históricas. Inicialmente elas eram muito simples, moldadas em palha ou papel. Posteriormente passaram a ser feitas de madeira, cerâmica, mármore e argila.
No período Heian (794 - 1185) as bonecas eram usados para afastar demônios. No período Nara (710 - 794) as bonecas sofreram a influência chinesa e passaram a ter roupas de seda, usar dourado e tinham o penteado sokei, que se caracteriza pelo excesso de adereços. No período Kamakura (1192 - 1333), o shogunato que prevalecia no país por causa das constantes guerras fez com que as mulheres substituíssem os pesados quimonos por trajes mais simples, e isso se refletiu também nas bonecas. No período Edo (1603 - 1868), surgiram as karakuri, bonecas que tocavam instrumentos e dançavam através de um sistema simples de cordas retorcidas, roldanas e fios.
As bonecas começaram a ser usadas no teatro Noh em 45 d.C., para homenagear os atores e personagens de maior destaque. O mesmo ocorreu com o teatro Kabuki, quando as bonecas foram criadas com os mínimos detalhes de vestimenta e maquiagem.
Existem também os bonecos Gosho, que representam bebês homens roliços, pele muito clara, cabeça grande e que carregam um peixe
(Boneca do Zimbábue, feita com fibras de baobá.)
Materiais
Entre os materiais utilizados na fabricação das antigas bonecas destacavam-se a madeira e os tecidos. Geralmente a cabeça era feita de cera, em moldes feitos de esculturas. O material mais apreciado pelos colecionadores era, no entanto, a cerâmica, que tornava possível a confecção de cabeças de porcelana, biscuit e um tipo de porcelana branca com aparência semelhante ao mármore.
A partir de 1869, tornou-se possível o fabrico de bonecas em grande escala, graças ao surgimento do celulóide. Em seguida surgiram outros materiais como o PVC e o plástico.
Diversos são os materiais que atualmente usados para a confecção das bonecas, tais como: madeira, palha, tecido, plástico, porcelana, papel, pelúcia, metal, vinil, papel machê, cera e gesso, dentre outros.
(Boneca de retalhos)
Tipos de bonecas
Alguns desses materiais dão características peculiares às bonecas, criando um estilo singular:
Boneca de pano
Muitas bonecas de pano têm os rostos de pano achatados e com traços pintados, roupas feitas à mão e perucas feitas de fios. Os exemplos mais conhecidos são as bonecas de coleção Raggedy Ann e Andy.
Boneca de plástico duro
São feitas de plástico duro pintado com o tom da pele e tendem a ter traços nítidos, mais definidos. Eram muito populares entre 1940 e 1950.
Bonecas de metal
Podem ser inteiramente de metal, como prata, estanho e bronze, ou ter somente a cabeça de metal. Os Estados Unidos e a Alemanha produziram a maior parte das bonecas de metal, começando em meados da década de 1800.
Boneca de porcelana
As bonecas de porcelana mais finas são feitas pela queima de argila pura e a translucidez do material torna-as mais elegantes.
Boneca de vinil
A maior parte das bonecas produzidas em grande escala atualmente são feitas de vinil, um plástico macio.
Boneca de madeira
Remontam ao tempos primitivos; algumas são peças de arte popular, altamente esculpidas, em tília americana ou européia.
Boneca de papel
Caracterizam-se por serem figuras de papel que são recortadas, com roupas e acessórios cortados separadamente.
Boneca de papel machê
São feitas de uma mistura de papel rasgado ou esmigalhado, cola e água ganhando assim dureza e resistência, o que confere grande durabilidade ao material.
Bonecas de biscuit
São feitas de porcelana branca e fosca, duas vezes cozidas, e que na cor e no aspecto imitam o mármore branco. São bastante comuns em arranjos natalinos.
Boneca de composição
São feitas de uma mistura de vários componentes, como serragem, papel, cola e gesso de Paris. Exemplos de bonecas de composição são as bonecas Tiny Betty, Little Betty, Betty, Wendy Ann e Princess Elizabeth, que são bonecas de coleção.
Bonecas tradicionais e folclóricas
Em Olinda, no Carnaval, integrando os folguedos do frevo, as ruas se enchem com bonecos gigantes, movidos por um folião, alguns deles retratando figuras típicas ou famosas - sendo alguns por si próprios já famosos, como os tradicionais Homem da Meia Noite e Mulher do Dia.
Ainda em Pernambuco, são confeccionadas miniaturas em barro cozido, retratando cenas do cotidiano sertanejo, das quais as mais famosas e valorizadas são as do mestre Vitalino, de Caruaru.
No Maracatu Nação, maracatu de baque virado, a calunga é uma boneca que compõe o cortejo.
No Rio de Janeiro, a Cooperativa Abayomi produz as bonecas abayomi, a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura, de tamanho variando de 2 cm a 1,50 m, sempre negras, representando personagens de circo, da mitologia, orixás, figuras do cotidiano, contos de fada e manifestações folclóricas e culturais.
Também no Brasil, bonecos recheados são queimados, após uma grande surra, representando Judas Iscariotes, no folguedo conhecido por Malhação de Judas.
No Algarve existe a Maia, uma boneca grande, confeccionada de palha e trapos, com vestes brancas, em que a 1 de maio os moradores deixam no centro da casa, cantando e dançando à sua volta.
No sul da rança, especialmente em Tarascon, existe a Tarasca (do francês tarasque), boneco com aparência de um ser monstruoso, exibido no Pentecostes.
Na Rússia, as bonecas denominadas Mamuschka ou Matrioshka são as mais representativas. Na verdade, são um conjunto de bonecas de tamanhos decrescentes, geralmente feitas em madeira de tília e muito coloridas, e que são guardadas umas dentro das outras.
As bonecas de Quioto são as mais tradicionais e belas do Japão, verdadeiras peças de enxoval. Também são tradicionais as bonecas de madeira conhecidas como Kokeshi.
No Japão o Hinamatsuri é uma das principais festas típicas, e consiste na exposição de bonecos representando o Imperador, a Imperatriz e a Corte, com o teor supersticioso de afastar o mal.
Bonecas de pano ou palha, em Portugal por exemplo, são um tipo de artesanato representativo da cultura popular.
No Vietnã existe o tradicional Teatro Aquático de Fantoches, secular apresentação com bonecos, que "atuam" sobre a água e com pequena orquesta, cuja existência esteve ameaçada de desaparecimento e foi resgatada na década de 80.
Na Alemanha, mais precisamente na região de Erzgebirge (a leste, vizinho à República Tcheca), a produção artesanal do boneco quebra-nozes, largamente usado como enfeite natalino, constitui-se em importante manifestação cultural
(Conjunto de Matrioshkas)
Bonecas industrializadas famosas
Com características mais masculinas
Bonecos Playmobil
Falcon - boneco militar americano.
He-Man - super herói
Playmobil - bonecos articuláveis e componíveis
Forte Apache - soldados e índios do Velho Oeste.
Bonecos Comandos em Ação - personagens de ação
Soldadinho de chumbo - personagens de guerra
Ken - o namorado da Barbie.
Beto - o namorado da Susi.
Com características mais femininas
Barbie - boneca norte-americana.
Susi - boneca brasileira "concorrente" da Barbie.
Amiguinha - a primeira boneca lançada no mercado brasileiro em tamanho real de uma criança (83cm de altura).
Pierina - boneca brasileira que movia as mãos e os pés e girava os olhos[6]
Meu Bebê - a primeira boneca lançada no mercado brasileiro com aparência de um récem-nascido real.
Bratz - boneca norte-americana.
Outros tipos de bonecos
Além das bonecas tradicionais, existem os fantoches ou bonifrates, os mamulengos e as marionetes.
Mesmo brinquedos com formatos diversos, como o joão-teimoso, também chamado de joão-bobo ou bambalalão, que ao ser empurrado "teima" em continuar em pé, são um tipo de boneca. Em comum, guardam a característica principal de conservar feições humanas. Outro exemplo é o Jack-in-the-box (Jack na caixa), boneco, geralmente com feições de palhaço, que surge de surpresa ao ser levantada a tampa da caixa que o contêm.
Os animais também têm seus equivalentes como bonecos, sendo entretanto, em geral, chamados de bichos-de-pelúcia.
Exemplos de boneco com função prática são os espantalhos (confeccionados com roupas velhas e palha, destinados a proteger as plantações espantando as aves), os manequins (bonecos em tamanho natural para a exposição de roupas) e os medievais estafermos, usados no treinamento da cavalaria.
(Marionetes)
Bonecos na arte
A literatura infantil é fértil em povoar o imaginário pueril com bonecas e bonecos, no que foi acompanhada pelo teatro, cinema, televisão e música. Dentre estes, destacam-se:
Bonecas (e bonecos) com forma humana ou humanizada
Boneca de piche (conto folclórico - música)
Chucky, o boneco assassino (cinema)
Coppélia (ópera e balé)
Emília (literatura)
Pinóquio (literatura)
Soldadinho de Chumbo (literaura)
Casa de bonecas - peça teatral de Henrik Ibsen.
Bonecos com formas não humanas
Muppets (programa de televisão}
Ursinho Puff (literatura e cinema)
Vila Sésamo (programa de televisão)
Louro José (personagem de televisão)
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boneca#Bonecas_industrializadas_famosas
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